domingo, 29 de agosto de 2010

Revolution starts here

Semana passada fui a um fórum privilegiadíssimo, com a cheia de representantes de todos os setores: de políticos, passando por ONGs e vários executivos das mais diversas empresas.

Na programação, a importância de se discutir a preservação da biodiversidade.
Perdi a primeira parte do evento porque o lugar estava cheio, mas na segunda parte, vi que embora os participantes tenham concordado com sua importância, senti certo distanciamento das pessoas para com a causa. Explico melhor: a maioria se ateve a dizer das iniciativas corporativas, do "convite" (que mais parecia imposição) que eles receberam dos seus stakeholders para adotarem práticas mais sustentáveis.

O único palestrante que conseguiu sair um pouco mais desse discurso foi o Joel Sartore (fotógrafo americano da National e autor do livro Rare). Joel conseguiu mostrar, por meio de fotos, que 42% dos nossos anfíbios estão quase extintos e que 40% das aves também estão ameaçadas. O que isso significa? Que em decorrência da extinção desses seres, há um desequilíbrio na terra. Alguns insetos viram pragas. Outros animais não têm mais o alimento que precisam - uma reação em cadeia no final, e que tem tudo a ver com a nossa própria sobrevivência.

Lógico - sempre houve a seleção natural e isso faz parte da evolução. Mas o que vemos agora, é uma aceleração no ritmo em que essas mudanças têm acontecido.

Joel ainda enfatizou a preocupação que ele tem com os mais jovens, como a filha dele, uma iPod idiot, com aversão ao Sol, aos animais, à terra...

Mas voltando ao que eu estava dizendo, o que mais me impressionou foi o discurso plastificado, embalado, pré-definido.
Me chamou a atenção uma executiva grávida, que repetia em vários momentos: "nossos stakeholders nos convidaram a construir um projeto blá blá blá" ou "nossos stakeholders pediram para que colocássemos no plano blá blá blá". Em nenhum momento essa senhora se tocou de que as empresas e as pessoas precisam mudar de atitude. Não porque os stakeholders pediram ou impuseram. Mas porque ela deveria querer ver sua filha crescer num ambiente saudável. E só poderemos viver num ambiente saudável se cada um fizer a sua parte.

Enfim, acho que a mudança só acontecerá de verdade quando as pessoas sentirem que essa causa é nossa. Porque essa dor deveria ser de todos nós.



Mais uma vez, publico o vídeo da Severn Suzuki durante a conferência da Eco 92. E nele, mais do que o discurso plastificado que eu ouvi em muitos dos eventos de sustentabilidade, ele toca o coração e nos faz querer fazer alguma coisa diferente.

http://www.youtube.com/watch?v=5g8cmWZOX8Q

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